segunda-feira, 11 de maio de 2009



TEOLOGIA E FÉ: UMA BREVE REFLEXÃO


Valter de Oliveira




Em sua obra, Riquezas da Mensagem Cristã, D. Cirilo Folch coloca como introdução à sua obra teológica a questão da fé. “Todos os capítulos deste livro versarão sobre a fé que procura entender, fides quaerens intellectum... Parece normal começarmos por refletir sobre a própria fé. Que é crer?” (1)

Deixando de lado o uso comum da palavra, como também o filosófico, D. Cirilo diz:


(...) Se disséssemos que a fé consiste na adesão a Jesus Cristo e a sua mensagem, estaríamos exprimindo-a corretamente, mas haveria que precisar qual a modalidade de adesão, suas motivações, sua perspectiva. E deveríamos emprestar-lhe um significado capaz de abranger a atitude religiosa dos que não chegaram a reconhecer a Cristo, como é o caso (...) dos personagens do Antigo Testamento, nos quais a própria Bíblia reconhece genuína fé, isto é, uma orientação para Cristo” (2)

E como fazer para conseguirmos uma conceituação adequada? Apelando aos pressupostos da Teologia.

Segundo estes “existe uma revelação divina, uma salvação, uma ordem sobrenatural centralizada no mistério de Cristo. Temos de situar-nos no universo lógico da teologia e, portanto no interior da própria fé. Só quem crê pode realmente vislumbrar a grandeza disto que é crer”. (...)

Partiremos, pois, do seguinte princípio bíblico muito genérico: a fé é aquilo pelo quê o homem se torna agradável a Deus e se põe a caminho da salvação, é o “início da salvação” (3).

Para alguns, diz D. Cirilo, a atitude de resposta à salvação será a daqueles que não tiveram a graça de conhecer a Revelação e esta lhes “chega apenas em tênue luz lhes oferecida no íntimo” (...) “a fé será o reconhecimento da misteriosa fonte dessa luz” (...). “Talvez ela consiga apenas vislumbrar que existe um Deus remunerador dos que O procuram”.

“Em sentido estrito, porém, crer é corresponder à revelação divina que está no Evangelho e que a Igreja anuncia. Corresponder, dizemos, ao menos no nível basilar de acolher com convicção.” (4)

O que o IDTEO deseja é que todos nós saibamos aproveitar nossos estudos teológicos para crescer no amor a Deus e ao próximo, na fidelidade da fé católica, contribuindo para aumentar a unidade e o amor na Igreja de Cristo.

E o que devemos fazer para realmente crer? Vejamos novamente D. Cirilo:

“Para crer, completa S. Tomás, é preciso certo desejo do bem prometido, o anelo de felicidade que Deus oferece. (...) E isto já é um começo de amor”.
“A caridade se segue, do ponto de vista genético, à fé. Não a precede, pois dela recebe seu objeto e assim é na fé “viva”, animada pela esperança e caridade, que se verifica plenamente a orientação da criatura para Deus”. (5)

Esta fé é, para nós, razão de imensa alegria. É o que comentaremos em próximo artigo.



Notas:

1. GOMES, D. Cirilo Folch. O.S.B. Riquezas da Mensagem Cristã. Lúmen Christi, Rio de Janeiro, 2ª Edição, 1981.

2. p. 9.

3. p. 10.

4. p. 11.

5. p. 16-7.

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